Arraiá do Café Morro Grande traz receitas juninas

Publicado em terça-feira, 14 de junho de 2022

Quadrilha, fogueira, bandeirinhas e um cardápio de dar água na água são alguns dos elementos que marcam as festas juninas em todo território nacional. Não por acaso, o mês de junho é aguardado por muitas pessoas. Para dar um toque especial aos sabores já conhecidos dessa época especial do ano, apresentamos quatro receitas de doces que, nesta versão, levam o café como ingrediente: cocada, arroz doce, canjica e pé de moleque.
No Brasil, as celebrações juninas foram trazidas pelos imigrantes europeus. Em princípio, era uma tradição de pagã em comemoração ao início do verão no hemisfério norte. Com o passar dos anos, o agradecimento pelo novo ciclo voltou-se a figuras religiosas, pois em junho são comemorados três dias de santos: Santo Antônio (13/06), São João (24/06) e São Pedro (29/06).
As festividades brasileiras também ganharam contornos próprios, influenciadas pelas culturas dos povos indígenas e negros, da música à culinária. A comida é um grande reflexo dessa mistura, como é possível perceber conhecendo a história das receitas.

Canjica de Café
Uma das curiosidades a respeito da canjica é a sua origem incerta. Existe um grande debate se ela é indígena brasileira, africana ou indiana, adaptada e trazida pelos portugueses.
O sociólogo Gilberto Freyre atribuía a origem da receita à herança dos Tupinambá. Já Nei Lopes acredita que a palavra canjica vem Kanzika (papa grossa de milho cozido), da língua quicongo, falada no Congo e Angola. E para Geraldo Cunha, a etimologia na verdade viria de Kanji, mesmo que canja, cuja origem é no Malabar, sudoeste da Índia. Em Portugal, trocou-se o arroz pelo milho, tornando-se a canjica que conhecemos hoje. Quem escreveu sobre isso foi o doutor em História Social, Francisco José Alves, em seu artigo O Enigma da Canjica.
Mas uma coisa é clara, o prato faz parte da cultura nacional. O folclorista Luís Câmara Cascudo, em seu livro Dicionário do Folclore Brasileiro, afirma que ela é a canjica é uma receita tradicional e indispensável nas festas de São João - especialmente as do nordeste do Brasil.
O diferencial desta Canjica Junina sugerida pelo Café Morro Grande é o acréscimo de 2 xícaras de café coado. Confira a receita:
Receita - Os ingredientes são: 2 xícaras (chá) de milho para canjica (ideal deixar de molho na água por 12 horas, em temperatura ambiente, para amolecer o milho e diminuir o amido); 2 xícaras (chá) de café coado da Café Morro Grande Extra Forte; 4 xícaras (chá) de água; 1 canela em pau; 3 cravos da índia 1 vidro de leite de coco; 1 lata de leite condensado; 1 xícara (chá) de coco ralado fresco; 2 xícara (chá) de leite. Opcional para acompanhar: raspas de laranja bahia; amendoim torrado e paçoca.
Para preparar, coloque o milho para canjica, o café coado, a água, a canela em pau e os cravos da índia em uma panela de pressão e leve para cozinhar de 40 a 45 minutos em fogo baixo após a panela começar a chiar. Espere esfriar um pouco e verifique se o milho ficou molinho. Acrescente o leite de coco, o leite condensado, o coco ralado e o leite. Deixe ferver e engrossar um pouco. Espere esfriar. Sirva quente ou gelado, puro ou polvilhado com raspas de laranja, amendoim torrado ou paçoca.

Arroz Doce de Café
O Arroz Doce também é uma receita muito tradicional no Brasil e que tem uma história bastante antiga. A hipótese é que o doce tenha chegado à Europa por volta do século 13, sendo originária da Ásia, continente em que também surgiu o cereal. Mas acredita-se que a ideia de comer o arroz doce já exista desde a Pérsia (há cerca de 3 mil anos), sendo cozido com leite, adoçado com mel e aromatizado com especiarias.
Comer esse doce se tornou popular em muitas culturas, feito com diversos tipos de arroz, leites de diferentes espécies de animais, até vegetais, além de versões com gema de ovo, castanhas, cardamomo, canela, caramelos, frutas e, mais recentemente, com a adição de ingredientes modernos, como o leite condensado. Com tanta versatilidade não poderia faltar a versão com café.
Receita - A receita leva os ingredientes: 1 xícara (chá) de arroz; 1 litro de leite; 100 ml de café coado da Café Morro Grande; 1 lata de leite condensado; Canela em pó a gosto.
O preparo consiste em cozinhar o arroz no leite. Quando estiver quase seco, acrescente o leite condensado e o café coado. Cozinhe, mexendo de vez em quando, até engrossar um pouco. Distribua em taças de sobremesa e finalize com canela em pó por cima. Sirva quente ou leve à geladeira, como preferir.

Cocada de Café
A origem da cocada também varia, mas é certo que o doce se popularizou no Brasil a partir da comunidade negra.
Alguns acreditam que o doce realmente tenha vindo do continente africano, sendo trazido juntamente com as pessoas escravizadas como um prato ritual. Mas também há versões que afirmam que a receita foi desenvolvida em território nacional, por negros que trabalhavam forçadamente em plantações de cana-de-açúcar. E há ainda a história de que o doce foi inventado no México e se espalhado para o mundo. Além do Brasil, a cocada é muito comum em Angola.
Entre as curiosidades da receita feita no Brasil, é que as primeiras cocadas usavam açúcar mascavo, por isso, tinham uma cor mais escura. Hoje em dia, os diferentes tipos de cocadas que achamos, escura (morena) e branca, tem relação com o tempo que o açúcar fica no fogo. Mas também pode ter relação com os ingredientes adicionais que você coloca na receita tradicional, como é o caso do café.
Receita - Os ingredientes para a cocada de café são: 1 kg de açúcar; 1 pacote de coco ralado (ou 350 gramas de coco ralado fresco); 1 lata de leite condensado; 100 gramas de margarina; meio copo de café da Café Morro Grande Extra Forte.
Para preparar, coloque todos os ingredientes, com exceção da margarina, em uma panela e levar ao fogo. Mexa sem parar com uma colher de pau até a mistura se soltar do fundo da panela. Despeje o conteúdo em cima de uma superfície fria e untada com margarina. Quando estiver esfriando, corte em quadradinhos e sirva.

Pé de moleque
Já o pé de moleque não tem nenhuma discussão sobre sua origem no Brasil colônia. Feito com rapadura e amendoim lá pelo século 16, o doce já teve o nome de “quebra-queixo” e “quebra dentes”, pois era bem duro. Hoje, a versão mais clássica do pé de moleque continua rígida, mas se tornou menos perigosa.
Sobre o nome, acredita-se que se deve à semelhança (aparência do doce) com o calçamento de pedras da época, chamado de pé de moleque porque tinha o acabamento feito por filhos de escravos. Há ainda a hipótese de ser uma variação de “pede, moleque!”, um pedido para que as crianças não roubem, mas peçam o doce.
Receita - Os ingredientes são: 1 e 2/3 xícara(s) de chá de leite; 2 colheres (sopa) de café solúvel; 1 xícara (chá) de açúcar; 2 xícaras (chá) de amendoim torrado e triturado; 1 colher (sopa) de manteiga sem sal.
Para fazer, use uma tigela para misturar em uma tigela, o leite, o café solúvel e a metade do açúcar. Reserve. Coloque o restante do açúcar em uma panela e leve ao fogo, sem parar de mexer, até caramelizar. Junte, com cuidado, o leite com café. Cozinhe, mexendo de vez em quando, por 13 a 14 minutos ou até encorpar e aparecer o fundo da panela. Incorpore o amendoim e cozinhe, sem parar de mexer, por cinco minutos ou até engrossar. Retire do fogo. Mexa vigorosamente por dez minutos com uma colher até começar a cristalizar. A massa ficará opaca. Imediatamente, despeje em uma superfície lisa, untada com a manteiga, e espalhe. Corte em quadrados com a massa ainda morna.

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