Quando tomamos café, que é hábito internacional, não fazemos idéia de todo o trabalho e tempo exigidos para que a bebida chegue à xícara: plantio, trato do cafezal, beneficiamento, transporte e comercialização.
Quando tomamos café, não imaginamos quantas pessoas foram envolvidas, no passado e no presente, com sua produção: escravos, colonos, bóias frias, donos de terra, comerciantes, exportadores, importadores, estivadores e consumidores.
Quando tomamos café, não lembramos que ele trouxe e ainda traz riqueza para o Brasil, que ele foi responsável pelo desenvolvimento do Estado de São Paulo e pela industrialização; em outras palavras que provocou a mudança do centro econômico do Nordeste para o Sudeste.
Quando tomamos café, um hábito tão social, nem percebemos que ele foi a essência de uma época - passagem do século XIX para o século XX - em que os fazendeiros do café tiveram seu período de glória e o Brasil deixou de ser uma Monarquia para ser uma República, com mão-de-obra escrava substituída pelo trabalho livre do imigrante.
Quando tomamos café, não atentamos para o fato de que, apesar de sua origem estrangeira (africana) seu papel em nossa terra, nossa sociedade, nossa economia e nossa cultura foi extremamente importante.