Planta da família rubiácea, originária da Etiópia, foi utilizada e disseminada pelo mundo afora como bebida pelos povos árabes, daí a razão do nome da principal variedade (Coffea arabica) a qual é mais consumida na forma direta. Já a variedade robusta ou conillon (Coffea canephora), com elevado teor de cafeína, é mais utilizada na formação de blends e na indústria de solúvel, segmento que utiliza mais de 25 milhões de sacas.
Há exatos 280 anos chegavam ao Brasil as primeiras mudas de café trazidas da Guiana Francesa por Francisco de Mello Palheta. Desde então o precioso grão passou a despertar interesse e deu grande contribuição ao desenvolvimento nacional bancando o início da industrialização e promovendo a interiorização, sobretudo com a construção das ferrovias para viabilizar seu transporte até os principais portos. E por muito tempo foi o item mais importante no comércio externo brasileiro. Com o tempo o país tornou-se o principal produtor mundial, atualmente responde por cerca de 30% do mercado, sendo o segundo maior consumidor superado apenas pelos Estados Unidos. Mas o consumo per capita é baixo frente a outros países, sobretudo aqueles de regiões frias.
No Brasil, as cafeterias foram surgindo discretamente na esteira dos grãos (café verde) de qualidade superior. Essa situação vem se consolidando com várias iniciativas institucionais tanto públicas como privadas, como, por exemplo, a criação da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) à semelhança da congênere existente nos Estados Unidos. A Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) por sua vez instituiu o Concurso Nacional de Qualidade do Café já em sua terceira edição. Também a Câmara Setorial do Café, criada no âmbito da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, promoveu ao final de 2006 pela quarta vez a Edição dos Melhores Cafés Paulistas. Outros exemplos Brasil afora também visam o mesmo propósito - melhoria da qualidade do café.
Embora tenha passado por um período de ostracismo, levando a economia cafeeira à estagnação, o mercado vive de novo uma fase de euforia por conta de produtos valorizados pela qualidade nos mercados interno e externo, enquanto os embarques de café torrado e moído são ainda pequenos, mas com potencial para crescer.
As inaugurações de cafeterias vêm conquistando novos consumidores, inclusive jovens, por oferecer uma gama de produtos em atrativas (e caras) versões. Renomados restaurantes também oferecem cafés de qualidade para coroar suas faustosas refeições. Alguns até cobrando preços exorbitantes, mas relativamente insignificantes quando comparados com os gastos de alimentação.
É interessante notar que hoje em várias cidades do Mundo, convivem lado a lado os tradicionais 'cafés' com as modernas cafeterias, ambos imbuídos em servir de modo mais convidativo a tão apreciada bebida. Diversas iniciativas têm contribuído para o aumento do consumo interno de café: denominação de origem (terroir); orgânicos; fair trade, naturais entre outros. Esses tipos de certificação concedem status ao produto, atuando como efetivo marketing na divulgação da qualidade do grão, inclusive extrapolando suas fronteiras geográficas.
Pode-se esperar um boom neste segmento, pois o atavismo do brasileiro é muito forte por tudo que já foi dito, escrito e romanceado nestes quase trezentos anos de convivência diária. Mesmo com o requinte do café expresso nas sofisticadas cafeterias e dos 'cafés' dos grandes centros urbanos, não se deve desprezar o tradicional cafezinho dos rincões de Minas Gerais, Paraná ou São Paulo, mesmo aquele servido nos modestos lares e que exala um aroma irresistível, cada vez mais saboroso com a melhoria da qualidade do grão.
Vamos tomar um cafezinho?' Convite que há muito faz parte do cotidiano de muitos povos e jamais recusado por quem quer que seja - brasileiro, grego ou coreano! Talvez isso explique o fato de que, após mais de 400 anos depois de sua introdução, o hábito de tomar café sobreviva a todas as transformações tecnológicas, como bebida ícone da globalização, por fazer parte da cultura de todo o planeta Terra. (fonte: www.sindicafesp.com.br)
ADSTRINGÊNCIA: é a sensação de secura na boca deixada após a usa ingestão.